quarta-feira, 25 de novembro de 2015

LIVRO: A MÚSICA NA RELAÇÃO MÃE-BEBÉ

Comprei esse livro pela livraria Cultura e terminei de lê-lo hoje. É um livro de Portugal e que já teve três edições: 1999, 2007 e essa última, de 2011.
É uma leitura enriquecedora e voltada bastante para o estudo.
Está dividido em duas partes. Na primeira (Enquadramento teórico), há quatro capítulos: "A evolução do comportamento maternal na história", "A vida secreta do futuro bebé", "O laço emocional entre mãe e filho ou a necessidade de contacto?" e "Comunicação e linguagem mãe-bebé". Na segunda parte (Estudo sobre o efeito da música na relação mãe-bebé), há dois capítulos: a "Metodologia", onde há a descrição toda do estudo de caso e a "Discussão global dos resultados".
Há alguns trechos e citações muito interessantes que destacarei abaixo:

"O despertar artístico é para a criança um fator  de desenvolvimento e de equilíbrio, facilitando o acesso ao simbólico." (J. Verdeau-Pailles)

"(...) descobriu-se, nos anos 40 e 50, que, afinal, o feto é um ser dotado de sensibilidade, memória e consciência, capaz de aprender, deitando por terra a velha teoria freudiana segundo a qual a personalidade só começa a ser formada a partir do segundo ou terceiro anos de idade."

"(...)a Haptonomia. Esta técnica é realizada através da música, da pintura e de exercícios corporais e respiratórios, ensinando a grávida a relaxar e poupar o bebé de sentimentos negativos."

"O doutor Stott concluiu que o estado físico e emocional que o bebé apresenta ao nascer e nos primeiros anos de vida mostrarão bem o tipo de mensagens maternas que recebeu no útero e em que medida estas o influenciaram."

"Stork (1997) interroga-se até que ponto a revivência das canções de embalar não poderia constituir uma alternativa de "cura" dos problemas de sono dos bebés."

"As principais características da música, a intensidade tonal, o timbre, o ritmo, encontram-se na linguagem falada. Assim, a música implica o ouvido, a voz e o corpo da criança a escutar, integrar e exprimir os sons da linguagem. Então, a música pode ser considerada uma pré-linguagem."

"A atividade musical faz apelo à expressão, à descarga emocional da criança e desenvolve a imaginação e a criatividade."

"A música é importante no desenvolvimento da criança porque estimula a criatividade, a imaginação, o convívio com as outras crianças, satisfaz necessidades de ordem afetiva. A música satisfaz também a necessidade da atividade motora, as crianças precisam de se mexer e de ritmo."

"Os primeiros sentimentos do bebé, as primeiras emoções são aquelas que condicionam o seu posterior desenvolvimento, os traços da sua personalidade, do seu caráter, da sua inteligência e até da sua saúde física. É a mãe (e também o pai) e o pessoal da creche que servem de modelo de aprendizagem das relações que a criança terá com os seus pares e depende desta maneira de sentir nos primeiros contactos, o seu comportamento posterior. Poderemos considerar, assim, a afetividade (proveniente da relação mãe-bebé) como a chave da educação da criança." (Scanavino, 1985; Raynaud, 1996)

"Poderemos estimular o desenvolvimento da afetividade, na opinião de Scanavino (1985:7) através dos elementos oferecidos pela música, em que a estrutura rítmica, melódica e harmónica, afetam os aspectos biológicos, afetivos, intelectuais e que implica o desenvolvimento da recetividade e da audição como meio educativo."

O livro conta ainda com anexos, trazendo canções infantis destacadas no estudo de caso, que também podem ser aproveitadas pelos leitores.
Vale a pena conferir!!


"Poder brincar é poder comunicar consigo e com os outros"
(POCINHO, M. D., 2011)

domingo, 18 de outubro de 2015

TEA NA VIDA ADULTA

Tenho acompanhado palestras com esse tema: TEA na vida adulta, realizadas no site InFoco, pelas profissionais Maria Elisa Granchi Fonseca e Juliana de Cássia Baptistella Ciola.
Segue o link: Curso on line grátis

Estou gostando muito das palestras e são conteúdos bastante atualizados, pois elas participaram recentemente da 36ª Conferência Anual do Programa TEACCH, na Carolina do Norte.
Dentre os conteúdos trazidos, achei muito importante a questão da comunicação não-verbal, que é essencial para uma vida adulta produtiva. As profissionais nos trazem exatamente que o desenvolvimento não verbal é prioridade, estando acima até mesmo da fala em diversos casos.
Falam-nos ainda que as questões funcionais é que devem ganhar destaque desde o início da vida e os estímulos da infância definirão um adulto produtivo ou não.
No meio de todas essas questões, podemos falar um pouco sobre a Musicoterapia com o autismo, que age exatamente no desenvolvimento não verbal e que traz para o processo terapêutico a comunicação e a expressão, através da música.

Vale a pena conferir essas palestras!!


Cronograma de disponibilização das aulas

AULAS                                                                                       DATA DA DISPONIBILIZAÇÃO

Aula 1 - Introdução TEA na vida adulta: eles vão crescer!        15-10-15
Aula 2 - A avaliação em autistas adultos
Aula 3 - Empregando pessoas com TEA: perfil dos
empregos e funções

Aula 4 - Impactos do período pós escolar sobre o                      16-10-15
comportamento autista de pessoas com TEA
Aula 5 - Transição para a faculdade e mercado de trabalho
Aula 6 - Transição para a faculdade e
mercado de trabalho parte 2

Aula 7 - Relacionando habilidades com função                          19-10-15
Aula 8 - Sexualidade e autismo
Aula 9 - Sexualidade e autismo - parte 2  

Aula 10 - Como o TEACCH relaciona seus princípios               20-10-15
com as estratégias na vida adulta?
Aula 11 - No Brasil - documentação da SEE SP e APAE
Aula 12 - conclusão 

LIVRO DE MUSICOTERAPIA

Ganhei esse livro de aniversário e terminei de lê-lo hoje,
Quero compartilhar, pois é um livro que relata um trabalho muito bem fundamentado e interessante!
É uma tese de doutorado a respeito das mães americanas, mas vai bem de encontro à nossa sociedade brasileira atual.
O método GIM foi utilizado durante essa pesquisa e despertou conteúdos internos, mobilizando sistemas internos para tomada de consciência, de atitudes e mudanças com relação principalmente à integração entre o feminino e o masculino.
Atualmente a autora mora no Brasil e trouxe-nos essa publicação.
Dentre os diversos conteúdos trazidos pelo livro, achei dois aspectos mais interessantes que são a base precursora do contexto trazido.
O primeiro é com relação a mulher sempre ser recriminada pela escolha que faz. Se é mãe e fica em casa, é mal vista por não ter uma profissão; se é mãe e vai trabalhar, o problema é que não consegue se dedicar integralmente nem à profissão nem à maternidade; e se não tem filhos, é mal vista por querer uma boa posição em sua profissão. Dessa forma, na sociedade patriarcal em que vivemos, as questões mulher e maternidade não se integraram ao modelo social e econômico.
O outro aspecto é que tudo isso que a mulher sofre de alguma forma é resultado do movimento feminista, que apesar de ter sido necessário da forma radical como aconteceu para a época, deve ser mudado. A mulher abarcou e reforçou ainda mais os preceitos masculinos, ao invés de trazer para a sociedade os conceitos femininos, que envolvem inclusive a maternidade.
Por enquanto, ainda vivemos numa sociedade que considera a maternidade como falta de produtividade econômica. Não há uma valorização da criação e educação dos nossos bebês e crianças!
Gostei muito de ler a obra e ver a Musicoterapia como algo concreto realizado com as mulheres para ampará-las no aspecto emocional que tanto se abala em meio a todo esse cenário social e econômico.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

DIA DO MUSICOTERAPEUTA

Na última terça-feira, 15 de setembro, foi comemorado o Dia do Musicoterapeuta.
Fico muito feliz de ver o quanto essa especialidade tem crescido a cada dia!
Cada vez mais, pessoas estão procurando tanto o atendimento, como a formação.
Há duas reportagens interessantes que falam sobre a Musicoterapia com famosos: uma sobre o Herbert Vianna e outra sobre o Pedro, filho do cantor Leonardo. Vale a pena conferir!!



Musicoterapia estuda as reações humanas aos estímulos sonoros e musicais e utiliza estes elementos, bem como seus parâmetros (ritmo, som, melodia e harmonia), para melhorar a qualidade de vida, desenvolvendo potenciais e restabelecendo funções do indivíduo para prevenção, reabilitação, recuperação ou tratamento.

Serve para facilitar e promover a comunicação, a aprendizagem, a motivação e a expressão, com a finalidade de suprir as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.

musicoterapeuta é um agente da área da saúde, capacitado a inserir o paciente(s) e cliente(s) em processos de experiências musicais para facilitar e promover a expressão e organização física, emocional, mental, social e cognitiva. Seu Código Brasileiro de Ocupação é 2263-05, na família de Profissionais de Terapias Criativas e Equoterápicas.

A musicoterapia hoje já faz parte também do Sistema Único de Assistência Social – SUAS e do Sistema Único de Saúde - SUS.

domingo, 22 de março de 2015

Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade. 

Aristóteles




sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Musicalização para bebês

A Escola de Música Vivace, em Poços de Caldas, está oferecendo à população agora a Musicalização Baby.
As aulas são semanais e atendem crianças a partir dos oito meses de idade.
Estou ministrando essas aulas e essa foto que editei e posto no dia de hoje é da sala.
É importante refletirmos no quanto estamos investindo na educação de nossas crianças, pois alguns valores nossos podem prejudicar, ou pelo menos não favorecer, o bom desenvolvimento dos filhos.
Onde estamos usando a força que temos? Para o que estamos dando nosso amor? Temos medo de arriscar uma mudança em nossa vidas?
"Antigamente as famílias eram grandes e todos viviam sempre juntos. Os adultos cantavam muito com as crianças. Agora, as famílias são menores, com vida muito ocupada e pouco tempo disponível. Os adultos já não cantam e a tradição musical está sumindo.
A música aproxima as pessoas e promove a afetividade entre mãe/pai e filho. É necessário então que haja um tempo para que nos dediquemos a essa convivência.
As aulas de musicalização trazem repertório e elementos para o resgate da tradição musical e do momento único, especial e dedicado para pais e filhos."
A música é um elemento importante de desenvolvimento, alegria e bem-estar.


Vivace: 3721-6952
Professora: maiaramedeiros@hotmail.com
Trecho em destaque extraído do livro: Bebê - música e movimento, de Josette S. M. Feres.

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA


domingo, 22 de fevereiro de 2015

TDAH-Depoimentos

Esse outro vídeo também é bem interessante, pois traz depoimentos de pessoas que têm o TDAH.
Sensibiliza muito o telespectador, porque os relatos trazem a angústia e até sofrimento que essas pessoas passam pela disfunção cerebral que essa doença causa.
Por isso, pais e profissionais têm que estar atentos às crianças para que, quando haja o TDAH, o tratamento clínico e terapêutico seja iniciado precocemente.
A Musicoterapia tem bons resultados com o TDAH, integrando a equipe multidisciplinar de tratamento. Ela, através da execução musical e instrumental, promoverá o controle motor, a troca de turno, a vivência determinada de cada momento musical, como pausa e silêncio e alternância de dinâmica e, também estimulará a expressividade e a comunicação, dando abertura para a individualidade e os aspectos emocionais.

MÚSICA NOS HOSPITAIS

Esse vídeo apresenta dois projetos que levam música a hospitais em São Paulo.
São subsidiados pela lei de incentivo à cultura e fazem um trabalho muito bonito, colocando a música de qualidade acessível a quem está impossibilitado de se locomover a uma casa de show, ou teatro.
Falam dos benefícios da música durante uma internação, proporcionando um momento de descontração, tranquilidade e de cultura tanto para pacientes, como para os funcionários.
Mas o que mais me chamou atenção foi o fato de diferenciarem esse trabalho da Musicoterapia, dando ênfase no trabalho clínico que a Musicoterapia faz, uma atuação então de forma direta no tratamento do paciente.
Dentre os lugares que são apresentados, está o Hospital Abreu Sodré, que está junto da AACD campus Ibirapuera.
Vale a pena conferir!!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

MUSICOTERAPIA PARA CRIANÇAS

Esse vídeo explica um pouco sobre o que é a Musicoterapia e sua atuação com crianças.
É uma reportagem não muito atual em sua data, mas seu conteúdo está bastante atualizado, principalmente porque é uma ciência e uma prática pouco conhecidas em muitos lugares ainda.
Um ótimo vídeo para iniciarmos esse ano falando da Musicoterapia, uma profissão que pode auxiliar muito às equipes de saúde, pacientes e suas famílias.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Kyle Coleman: autista e cantor!

A revista Crescer publicou uma matéria a respeito desse jovem, que a partir da Musicoterapia, pôde descobrir a música como forma de comunicação, expressão e socialização.
É importante destacarmos que apesar das preferências de K. e de sua facilidade para a música, a maioria dos autistas se beneficia do processo musicoterapêutico, por ser uma linguagem não verbal que lhe dará um caminho para a expressão e a comunicação, aspectos prejudicados nessa patologia. Isso acaba favorecendo a vida do autista em sociedade, inclusive dentro do campo familiar.
Segue abaixo a notícia publicada na Revista Crescer.
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   Reprodução
Diagnosticado com autismo aos 3 anos, o garoto inglês Kyle Coleman conseguia falar apenas três palavras. Em 2009, por acaso, sua mãe Caroline levou seu filho a uma aula de musicoterapia. 

Diante do entusiasmo, a musicoterapeuta Carine Kelley passou a ir à casa do garoto duas vezes por semana. Ela descobriu que a música é uma forma instintiva de Kyle expressar suas emoções. 

“Ficou claro imediatamente que ele tinha uma afinidade natural com elementos musicais e poderia recriar suas canções favoritas no teclado sem o conhecimento prévio”, disse a especialista. 

Quando o garoto, que não falava até os 20 anos, canta, sua expressão ganha vida e ele se sente confiante. Ao perceber que seu filho tinha um dom, sua mãe levou-o a um estúdio de gravação para ver como ele se comportava. Sem se incomodar com a nova experiência, Kyle gravou sua canção favorita. 
O proprietário do estúdio ficou tão impressionado com a capacidade dele que sugeriu a Caroline a gravação do CD como uma forma de arrecadar fundos para o tratamento do filho. Agora, 18 meses depois, Kyle está se preparando para a estreia, que será em abril. 

“Nunca houve um álbum gravado por um jovem autista com linguagem limitada. O pai de Kyle era músico e morreu, de repente, há 2 anos em um acidente de moto. Acho que essa sua capacidade vem do seu pai”, disse à mãe ao jornal britânico Daily Mail
Kyle gravou nove covers, entre eles músicas de Robbie Williams. Mas há uma música muito especial, que foi escrita especialmente para ele e fala sobre autismo. O CD está sendo apoiado pela Sociedade Nacional de Autismo e será lançado em 2 de abril, no Dia Mundial do Autismo. Todo o dinheiro arrecadado vai para instituições de caridade. O CD poderá ser comprado diretamente em www.kylecoleman.co.uk.